O vocábulo Parnasianismo deriva de parnaso, monte da antiga Grécia, na Fócida, consagrado a Apolo, deus da poesia, e às musas.
Como designação de escola literária, deve a sua origem ao título da publicação francesa Le Parnasse Contemporain. (Trata-se de uma revista ou colectânea, editada pelo livreiro parisiense Lemerre, a partir de 1866, na qual se publicaram as primeiras obras poéticas que reagiram contra o Romantismo.
O Parnasianismo surgiu e alastrou como reacção contra o Romantismo, não só contra o Romantismo sentimentalista e egocêntrico mas também contra o Romantismo humanitarista e apologético. E, quase pelas mesmas razões, afasta-se ainda do Realismo poético (o de Antero, por exemplo). É que o Parnasianismo, ao contrário das escolas citadas a que se opõe, não é nem pretende ser uma arte útil, comprometida: antes propugna o ideal da «arte pela arte», uma arte impassível, serena, plástica, mera reprodução da realidade em formas e cores, uma arte onde, mais ou menos claramente, se adivinha o primado do estilo.
Do que fica dito, e resumindo, podemos descobrir no Parnasianismo estas duas características principais:
objectividade, quanto aos temas e,
expressão literária exacta e correcta, quanto à forma.
O Romantismo em Portugal, como vimos, revestiu-se, nos seus epígonos, de um carácter não só humanitarista mas até revolucionário. A forma, no entanto, continuava cada vez mais frondosa e retórica, isto é, a debater-se entre admirações, interrogações, reticências, apóstrofes, repetições.
Antero e Teófilo, ousados corifeus da Geração de 70, renovaram a poesia portuguesa, enxchendo-a de conteúdo novo: a metafísica, a revolução social, as ideias políticas progressistas. Mas a forma deixaram-na praticamente como a tinham encontrado nos românticos ou então não evitaram que caísse na anemia da aridez discursiva.
Alguém, por essa altura, tentou entre nós modificar esse estilo poético. De 1868 a 1873 circulava entre a mocidade de Coimbra a revista A Folha. Dirigida por João Penha, começou a divulgar uma estética literária que se identificava fundamentalmente com o Parnasianismo francês: a poesia deve ser a expressão da verdade e objectividade num máximo de beleza formal. Os tópicos dessa estética podem resumir-se nas seguintes alíneas:
1. fraseado impecavelmente correcto e discretamente ornado;
2. repúdio das liberdades poéticas e das expressões inexactas;
3. nitidez de forma e notação dos aspectos visíveis das coisas, das cores e de outros dados sensoriais, de modo a aproximar a poesia das artes plásticas;
proscrição do pessoalismo passional, piegas, e sua substituição pela focagem da realidade concreta e quotidiana, pela pintura de medalhões e quadros históricos ou actuais mas de civilizações exóticas.
domingo, 7 de junho de 2009
segunda-feira, 2 de março de 2009
Alexandre Herculano
Alexandre Herculano de Carvalho Araújo nasceu em Lisboa, a 28 de Março de 1810, no seio de uma família da classe média. Entre 1820 e 1825 frequentou o colégio dos Oratorianos, mas não chegou a entrar na Universidade, porque em 1827 o pai cegou e teve que abandonar o lugar que ocupava. Pela mesma altura, o avô materno, mestre de obras a trabalhar no palácio da Ajuda, deixou de receber as importâncias de que era credor e não lhe pôde dispensar o apoio necessário. Fechada essa porta, matriculou-se na Aula de Comércio, em 1830, e frequentou um Curso de Diplomática (estudos de paleografia). Particularmente, estudou também francês, inglês e alemão. Foi nesta altura que começou a familiarizar-se com a literatura romântica da Europa, por influência da Marquesa de Alorna, cujos serões literáriosfrequentou.No ano de 1837.Torna-se redactor principal de O Panorama , editado pela Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis, que era então o principal instrumento de divulgação da estética romântica, em Portugal. Foi aí que publicou vários dos seus estudos de natureza histórica e muitas das suas obras literárias, mais tarde editadas em livro: A Abóbada , Mestre Gil , O Pároco de Aldeia , O Bobo e O Monge de Cister . Ainda nesse ano de 1837 assumiu a responsabilidade da redacção do Diário do Governo , que nesse tempo era apenas um jornal de suporte ao partido no poder. No entanto, pouco tempo depois abandonou o lugar. No ano seguinte publicou A Harpa do Crente . Em 1839 foi nomeado, por iniciativa do rei D. Fernando, para dirigir a Real Biblioteca da Ajuda e das Necessidades, tendo conservado esse cargo quase até ao fim da vida. Em 1840 chegou a passar pelo Parlamento, eleito pelo círculo do Porto, como deputado do Partido Cartista (conservador), mas o seu temperamento adequava-se mal à actividade política. As manobras partidárias enojavam-no e sentia dificuldade em falar em público. A pouco e pouco foi-se afastando da actividade política e dedicando o seu tempo à literatura. Os anos seguintes são de grande produtividade literária. São desta época os seus romances de ambiente histórico. É também na década de 40 que inicia a publicação da sua História de Portugal , seguramente a primeira escrita com preocupação de rigor científico. Aliás, o primeiro volume suscitou de imediato violenta reacção por parte de alguns sectores do clero, por excluir, naturalmente, qualquer intervenção sobrenatural na batalha de Ourique. A polémica sobre esta questão ficou famosa. Note-se que Herculano era católico e politicamente conservador, mas opunha-se à interferência da igreja na vida política nacional. Esse confronto com sectores clericais está também na origem dos seus estudos sobre a Inquisição em Portugal. Em 1851, voltou por algum tempo à política activa, com o triunfo da Regeneração, chegando a colaborar com o governo, embora por pouco tempo. Mais prolongada foi a sua intervenção cívica através da imprensa. Em 1851 fundou o jornal O País e dois anos depois O Português . Sócio correspondente da Academia Real das Ciências desde 1844, em 1852 foi admitido como sócio efectivo e eleito vice-presidente em 1855. Em 1853, por encargo da Academia, percorreu o país, inventariando os documentos existentes nos arquivos episcopais e nos mosteiros, preparando aquilo que viria a constituir os Portugaliae Monumenta Historica . Pôde então verificar o estado de abandono a que estava votado a maior parte do acervo documental espalhado pelo país. Em Março de 1856 Herculano renunciou ao seu lugar na Academia e decidiu abandonar os estudos de natureza histórica. Na origem dessa decisão parece estar o facto de ter sido nomeado guarda-mor da Torre do Tombo Joaquim José da Costa Macedo, com quem ele teria tido desinteligências sérias. Essa pausa foi interrompida no ano seguinte, por entretanto se ter aposentado o referido indivíduo. Pôde assim continuar o trabalho de organização e publicação dos Portugaliae Monumenta Historica .
Herculano participou nos trabalhos de redacção do Código Civil, tendo nessa altura defendido o casamento civil a par do religioso. A proposta era inovadora e suscitou forte reacção. Dessa polémica surgiram os Estudos sobre o Casamento Civil .
Juntamente com Almeida Garrett , é considerado o introdutor do romantismo em Portugal. Os seus primeiros contactos com a literatura ocorreram em ambiente pré-romântico, nos salões da Marquesa de Alorna, onde entrou por mão de António Feleciano de Castolho. Embora Garrett, onze anos mais velho, se tenha adiantado com a publicação no exílio de Camões e D. Branca , consideradas as primeiras obras inequivocamente românticas, podemos considerar Herculano como o teorizador da nova corrente literária, ao nível interno, pelos artigos que publicou no Repositório Literário do Porto. Por outro lado foi ele que introduziu no nosso país o romance histórico, tão característico do romantismo. A inspiração directa veio-lhe naturalmente de Walter Scott e Victor Hugo.
Os seus méritos de cidadão, escritor e estudioso eram reconhecidos quase unanimemente e foram muitas as honrarias que lhe foram oferecidas. Aceitou algumas de natureza científica, mas as distinções honoríficas recusou-as sempre. Recusou mesmo a sua nobilitação, ao contrário de Garrett e Camilo, que, como sabemos, morreram viscondes. Em 1866 casou e, pouco depois, retirou-se para a sua quinta de Vale de Lobos, próximo de Santarém. Aí permaneceu até ao fim da vida, ocupado com os seus escritos literários e as lides agrícolas. Foi aí que morreu, a 13 de Setembro de 1877.
Herculano participou nos trabalhos de redacção do Código Civil, tendo nessa altura defendido o casamento civil a par do religioso. A proposta era inovadora e suscitou forte reacção. Dessa polémica surgiram os Estudos sobre o Casamento Civil .
Juntamente com Almeida Garrett , é considerado o introdutor do romantismo em Portugal. Os seus primeiros contactos com a literatura ocorreram em ambiente pré-romântico, nos salões da Marquesa de Alorna, onde entrou por mão de António Feleciano de Castolho. Embora Garrett, onze anos mais velho, se tenha adiantado com a publicação no exílio de Camões e D. Branca , consideradas as primeiras obras inequivocamente românticas, podemos considerar Herculano como o teorizador da nova corrente literária, ao nível interno, pelos artigos que publicou no Repositório Literário do Porto. Por outro lado foi ele que introduziu no nosso país o romance histórico, tão característico do romantismo. A inspiração directa veio-lhe naturalmente de Walter Scott e Victor Hugo.
Os seus méritos de cidadão, escritor e estudioso eram reconhecidos quase unanimemente e foram muitas as honrarias que lhe foram oferecidas. Aceitou algumas de natureza científica, mas as distinções honoríficas recusou-as sempre. Recusou mesmo a sua nobilitação, ao contrário de Garrett e Camilo, que, como sabemos, morreram viscondes. Em 1866 casou e, pouco depois, retirou-se para a sua quinta de Vale de Lobos, próximo de Santarém. Aí permaneceu até ao fim da vida, ocupado com os seus escritos literários e as lides agrícolas. Foi aí que morreu, a 13 de Setembro de 1877.
Bernadim Ribeiro
As informações relativas à vida deste escritor renascentista são quase inexistentes. Presume-se que terá nascido por volta de 1482 e frequentado a Universidade de Lisboa entre 1507 e 1512. Em 1524 foi nomeado escrivão da câmara de D. João III. Desconhece-se igualmente a data da sua morte. Alguns autores situam-na por volta de 1552, no entanto, na écloga Basto, redigida antes de 1544, Sá de Miranda refere-se ao seu "bom Ribeiro amigo", dando-o como falecido.
Frequentou a corte de Lisboa e participou nos famosos serões do paço, visto que alguns poemas seus foram incluídos no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, publicado em 1516.
Além de doze poemas incluídos no Cancioneiro Geral, é autor da famosa novela Menina e Moça, de cinco éclogas e uma sextina. A novela Menina e Moça foi publicada pela primeira vez em 1554, na cidade de Ferrara (Itália), sob a orientação de judeu português exilado Abraão Usque. Esta facto, associado a outras circunstâncias, como o forçado afastamento da corte de Bernardim, tem alimentado a especulação de que o poeta seria de origem judaica. No entanto, até hoje não foi possível confirmar essa hipótese. Considerando especulativas todas as referências sobre as datas e locais de nascimento, período de vida e morte de Bernardim Ribeiro, algumas alusões autobiográficas à "aldeia que chamam Torrão" e a um "monte" podem levar-nos a considerar que o autor era oriundo da vila do Torrão, Baixo Alentejo. Na vila encontra-se actualmente uma estátua em homenagem ao escritor. Outro monumento ao autor pode ser encontrado no Museu de Évora onde existe uma estátua de António Alberto Nunes (1838-1912).
Frequentou a corte de Lisboa e participou nos famosos serões do paço, visto que alguns poemas seus foram incluídos no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, publicado em 1516.
Além de doze poemas incluídos no Cancioneiro Geral, é autor da famosa novela Menina e Moça, de cinco éclogas e uma sextina. A novela Menina e Moça foi publicada pela primeira vez em 1554, na cidade de Ferrara (Itália), sob a orientação de judeu português exilado Abraão Usque. Esta facto, associado a outras circunstâncias, como o forçado afastamento da corte de Bernardim, tem alimentado a especulação de que o poeta seria de origem judaica. No entanto, até hoje não foi possível confirmar essa hipótese. Considerando especulativas todas as referências sobre as datas e locais de nascimento, período de vida e morte de Bernardim Ribeiro, algumas alusões autobiográficas à "aldeia que chamam Torrão" e a um "monte" podem levar-nos a considerar que o autor era oriundo da vila do Torrão, Baixo Alentejo. Na vila encontra-se actualmente uma estátua em homenagem ao escritor. Outro monumento ao autor pode ser encontrado no Museu de Évora onde existe uma estátua de António Alberto Nunes (1838-1912).
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Excertos de " fredique Mendes"
"O jornal exerce todas as funções do defunto Santanás,... e não é só o pai da mentira, mas o pai da discórdia."
segunda-feira, 26 de maio de 2008
O Sonho dos Jovens
A maioria dos jovens sonha em ser "alguém" famoso. Todos querem aparecer na televisão.
Hoje em dia há inúmeros jovens que ambicionam ser actores, cantores ou modelos famosos. Mas será que têm talento? É que muitos desses jovens não têm talento algum, ou, pelo menos, nenhum assinalável. Já os que têm talento devem aproveitá-lo e tentar fazer aquilo que gostam. Há jovens que, depois de conseguirem ser famosos, começam a achar-se mais do que outros jovens menos talentosos. Deviam ser mais modestos, ter os pés assentes no chão e não sonhar demasiado com o estrelato. Ainda há outro problema. Os jovens que "pisam" nos amigos depois de alcansarem o estrelato, isto é, ganham fama, conhecem novas pessoas e os seus antigos amigos parece que já não são bons para eles e escondem-nos como se sentissem vergonha deles.
Hoje em dia há inúmeros jovens que ambicionam ser actores, cantores ou modelos famosos. Mas será que têm talento? É que muitos desses jovens não têm talento algum, ou, pelo menos, nenhum assinalável. Já os que têm talento devem aproveitá-lo e tentar fazer aquilo que gostam. Há jovens que, depois de conseguirem ser famosos, começam a achar-se mais do que outros jovens menos talentosos. Deviam ser mais modestos, ter os pés assentes no chão e não sonhar demasiado com o estrelato. Ainda há outro problema. Os jovens que "pisam" nos amigos depois de alcansarem o estrelato, isto é, ganham fama, conhecem novas pessoas e os seus antigos amigos parece que já não são bons para eles e escondem-nos como se sentissem vergonha deles.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Influência dos mass media nas opiniões
Os meios de comunicação social têm uma grande influência para a vida de milhões de pessoas. Todos os dias essas mesmas pessoas vêem televisão ou, por vezes, ouvem rádio. A televisão influência-nos a todos, quer queiramos, quer não. Mas influencia, principalmente, o público mais jovem como as crianças e os adolescentes. As crianças são muitas vezes “bombardeadas” com programas educativos que podem funcionar como agentes de socialização e de aculturação tão forte como se estivessem com a sua família. Já nos adolescentes esta influência traduz-se mais na publicidade e na moda. Os adolescentes têm a tendência de adquirir productos que nos são apresentados nas mais variada publicidade. Quanto à moda, neste momento, podemos observar nas novelas. Os adolescentes têm também a tendência para adquirir peças ou calçado parecidas com as das suas personagens favoritas. Nos noticiários somos inlfuênciados pelas notícias. Muitas vezes somos confrontados com informações que nos podem influenciar. Um exemplo disso seria se num noticiário dissessem que o mundo ia acabar, haveria muita gente que acreditaria nessa notícia sem sequer se questionar sobre a verdade da mesma.
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